Serviço centrado na família
- Rogério Melaré
- 30 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 9 de fev.
O serviço centrado na família (SCF) é uma abordagem para fornecer serviços às crianças com deficiência. Como sugere o nome dessa abordagem, a família é considerada o centro dos serviços. Este serviço reconhece que a família é o principal recurso e suporte na vida do indivíduo, promovendo sua participação ativa nas decisões e ações que afetam seu bem-estar.
É diferente das abordagens tradicionais, onde o foco está na criança, e os prestadores de serviço são os que tomam decisões sobre o tratamento que uma criança recebe. Aqui a família estará no centro do planejamento, implementação e avaliação do serviço.
Este modelo de serviço é composto por um conjunto de valores, atitudes e abordagens de serviços para crianças com deficiência e suas famílias:
Reconhece que cada família é única;
Que a família é a constante na vida da criança;
Que eles são os especialistas nas habilidades e necessidades da criança.
A família trabalha com os prestadores de serviços para tomar decisões informadas sobre os serviços e suportes que a criança e a família recebem.
Princípios básicos:
💚 Respeito pelas escolhas e valores da família: Reconhece a diversidade cultural, social e emocional das famílias.
🤝 Parceria entre profissionais e família: Os profissionais trabalham em colaboração com a família, promovendo um relacionamento baseado na confiança e no respeito mútuo.
💪🏻 Fortalecimento das competências familiares: Busca valorizar e potencializar as habilidades e os recursos que a família já possui.
💚 Foco nas necessidades e prioridades da família: As intervenções e os serviços são adaptados às metas e prioridades identificadas pela própria família.
🗣️ Comunicação aberta e transparente: Informações claras e completas são compartilhadas para apoiar a tomada de decisão informada pela família.
Quais os benefícios dessa prática para as crianças?
1. Melhoria no desenvolvimento infantil
• As intervenções adaptadas às necessidades da família ajudam a criar ambientes que promovem o desenvolvimento cognitivo, emocional, social e físico da criança.
• A participação ativa da família no cuidado contribui para a consistência das estratégias de desenvolvimento.
2. Promoção da autonomia da criança
• Ao fortalecer a família, a prática contribui para o desenvolvimento da autonomia da criança, preparando-a para enfrentar desafios e superar barreiras.
• A criança sente-se mais confiante em ambientes que respeitam e integram suas necessidades específicas.
3. Apoio emocional mais sólido
• A abordagem fortalece os vínculos entre a criança e os cuidadores, promovendo um ambiente mais acolhedor e estável.
• A segurança emocional oferecida pela família auxilia a criança no enfrentamento de situações difíceis e na adaptação às suas condições.
4. Maior consistência no cuidado
• A colaboração entre profissionais e família garante que as práticas adotadas em casa estejam alinhadas às intervenções realizadas em outros contextos, como escolas ou clínicas.
• Essa consistência potencializa os resultados das intervenções.
5. Inclusão em atividades e na comunidade
• Com o suporte adequado, a família pode ajudar a criança a participar de atividades sociais, educativas e recreativas, promovendo sua inclusão.
• A prática valoriza o direito da criança de estar integrada em sua comunidade, reduzindo barreiras sociais e preconceitos.
6. Redução do estresse da família e impacto positivo na criança
• O empoderamento da família reduz o estresse associado ao cuidado de uma criança com deficiência.
• Uma família menos sobrecarregada emocionalmente pode oferecer mais suporte, o que beneficia diretamente a criança.
7. Maior acesso a recursos e apoio especializado
• Ao trabalhar em parceria com a família, os profissionais podem identificar e conectar os cuidadores a recursos comunitários, terapias e apoios específicos para a criança.
• Isso amplia as oportunidades de desenvolvimento da criança e sua qualidade de vida.
Em resumo:
A prática centrada na família promove uma abordagem integrada, respeitosa e empática que reconhece o papel vital da família no cuidado e no desenvolvimento da criança com deficiência. Ao valorizar essa parceria, é possível alcançar resultados mais significativos para a criança e sua família.
Referências:
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